- Área: 350 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Pablo Casals-Aguirre
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em consideração com os empreendimentos turísticos que estavam sendo desenvolvidos no bairro Pedro Montt, esta obra surge como uma inquietude de criar um espaço público de encontro para o bairro, conformando-se como uma espécie de recepção que caracteriza a região através da arte, cultura e turismo.
Programaticamente era complexo pensar que uma pequena cafeteria pudesse se autossustentar integrando-se como os "hotéis-suítes" de poucos dormitórios. Através deste programa nasce o princípio de desenho, assumindo a responsabilidade e colocando-se em conformidade com os códigos e escalas do bairro. A partir desta problemática, se propôs separar formalmente os programas, entendendo visualmente dois projetos, dois espaços independentes, "hotel e cafeteria". Assim, criou-se um acesso único por onde os dois são acessados. O espaço público foi proposto como uma área exterior delimitada por duas fachadas de pé-direito triplo, simulando a situação existente entre as palafitas, "suas estreitas separações" e de onde deriva seu nome "pátio". Esta altura tripla permite a montagem de exposições itinerantes em torno da temática de Chiloé e das palafitas, constituindo um lugar que ofereça um olhar e pensamento de "lugar", conduzindo assim as vistas em direção ao mar e sua irreverente maré. Dentro da ideia de "Pátio", foi proposta a cobertura translúcida destacando a ideia de um espaço exterior iluminado.
O acesso aos dormitórios utiliza este espaço público de altura tripla e através de uma varanda cria-se um ponto de encontro e de relação com a maré.
A ideia constitui-se em gerar uma proximidade com o mar, onde os espaços e dormitórios estivessem debruçados sobre o ele através de grandes varandas cobertas com telhas translúcidas. Tal disposição cria um espaço intermediário, em que, independente da condição climática, é possível estar em contato com o exterior. A cafeteria está localizada em um terraço que desce até atingir o mar, inundando-se nos períodos lunares mais altos, dramatizando sua conexão com o mar, sua proximidade e fragilidade, fazendo com que seus degraus façam parte de uma paisagem em movimento, capaz de inundar-se naturalmente.
Patio Palafita é a revitalização de um espaço sobre palafitas já existente. Suas vigas principais, pilares e muitas das suas paredes são partes de uma antiga estrutura, a qual hoje é reinventada respondendo as demandas atuais do bairro.
Nos espaços improvisados, historicamente existiram mais de dez usos, desde lojas, adegas e agora a cafeteria e o hotel. O que virá a seguir? Não sabemos, mas sabemos que esta não é uma obra finita, esta condição define a palafita, que a madeira sobre o mar necessita ser conservada e reinventada num local que transforma suas construções ou simplesmente faz com elas desapareçam.